sábado, 22 de maio de 2010

Doença do legionário


A doença do legionário é provocada pela Legionella pneumophila, uma bactéria que, encontrando na água o ambiente favorável para o seu desenvolvimento, tem como habitat natural os rios e lagos de água doce. O problema foi descoberto, pela primeira vez, em 1976, a partir de uma episódio epidémico ocorrido num hotel de Filadélfia (EUA) onde se realizava uma convenção da Legião Americana, em que muitos dos participantes foram afectados por um quadro de pneumonia atípica, acabando alguns deles por falecer ao fim de poucos dias. As investigações posteriores permitiram identificar o agente causador e estabelecer o mecanismo através do qual se produziu o contágio, já que os microorganismos se tinham desenvolvido nos sistemas de climatização do hotel, propagando-se através das condutas de ventilação. De facto, constatou-se que a L. pneumophila encontra as condições ideais para proliferar nas tubagens e nas condutas de grandes edifícios públicos que não se encontrem hermeticamente fechados, disseminando-se em pequenas partículas que ficam suspensas no ar, o que justifica o facto de o contágio se produzir por via respiratória, através da inalação das partículas contaminadas. Normalmente, produzem-se episódios epidémicos circunscritos entre as pessoas que habitam ou circulam em grandes edifícios, cujos sistemas de ventilação estejam contaminados, como hotéis, hospitais, lares ou quartéis.

O período de incubação da doença do legionário dura entre 2 a 10 dias.

A doença evidencia-se de forma brusca através de sinais e sintomas semelhantes aos da gripe: febre elevada acompanhada por arrepios, dor de cabeça, sensação de prostração, dores articulares e musculares. Depois, começam a manifestar-se sinais e sintomas que demonstram que os pulmões foram igualmente afectados, nomeadamente sensação de falta de ar e dificuldade em respirar, tosse com expectoração e dor torácica. Ao fim de alguns dias, e à medida que as manifestações descritas se vão agravando, começa a evidenciar-se diarreia acompanhada de dor abdominal e, por vezes, também se produz uma afectação neurológica que se manifesta por um estado de obnubilação mental, confusão, delírios e alucinações.

A doença tem, na maioria dos casos, sobretudo quando se procede ao oportuno tratamento, uma evolução favorável e os sinais e sintomas desaparecem de forma progressiva ao longo de duas semanas até à cura, embora a recuperação total, por vezes, necessite de uma longa convalescença. Todavia, ao longo dos primeiros dias, especialmente se não se proceder ao devido tratamento, podem evidenciar-se algumas complicações graves e, ocasionalmente, mortais, tais como insuficiência respiratória aguda, insuficiência renal, colapso cardiovascular ou choque séptico. De facto, estima-se que a doença pode provocar a morte de cerca de 20% dos indivíduos afectados que não sejam devidamente tratados.

Fonte:http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=595
Postado por: Nara Juliana (Biomedicina 348-6)

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